LEONARDO MARTINS

ARTISTA VISUAL


PROJETOS/ ENSAIOS

COMISSIONADOS

COMPRAR IMAGENS

EXPOSIÇÕES/ MÍDIAS

PUBLICAÇÕES

ARTIGOS

SOBRE

CONTATO

instagramfacebook






.......O ensaio fotográfico procura revisitar o álbum Avenida Central e a Avenida Rio Branco buscando os fragmentos do passado glorioso registrados por Ferrez e explorando o diálogo destes com as edificações, usos e ocupações contemporâneos.

.......Retrata essa avenida contemporânea, que atravessou um século e se mostra viva, pulsante e renovada, servindo de artéria para a circulação e transbordo dos cariocas. A avenida que antes era dominada por pedestres, veículos de tração animal e automóveis atravessa o tempo e é palco do sistema de transporte mais moderno disponível no Brasil: o VLT.


.......Quando Marc Ferrez1 realizou o emblemático registro de uma recém-inaugurada Avenida Central, em seu álbum Avenida Central: 8 de março de 1903-15 de novembro de 1906, talvez não tivesse ideia do potencial fotográfico e documental que essa obra teria para as próximas gerações. Seu álbum registrou o esplendor de uma época: a Belle Époque e a abertura da Avenida na Capital Federal, mais importante do Brasil até então.
.......Em seu trabalho, Avenida Central, Ferrez contrapôs reproduções das vistas de fachadas das edificações às fotografias, produzidas com minucioso cuidado e fidelidade na escolha dos ângulos. Tão importante foi o seu registro, que suas fotografias foram fundamentais para a construção e difusão da nova imagem do Rio de Janeiro, uma imagem associada aos ideais de civilização e progresso. A cidade que se modernizava e aumentava sua escala ganhou um documento até então sem precedentes. Era preciso valorizar e registrar os avanços do País que almejava ser a Paris dos Trópicos.

....... (...) Uma sociedade torna-se "moderna" quando uma das suas principais atividades é produzir e consumir imagens, quando as imagens, que influenciam extraordinariamente a determinação das nossas exigências para com a realidade e são elas mesmas um substituto cobiçado da experiência autêntica, passam a ser indispensáveis para a saúde da economia, para a estabilidade da política e para a procura da felicidade privada. (Susan Sotang)


.......Seu ensaio rigoroso e magistral nos traz com detalhes a arquitetura rica em elementos decorativos e ornamentais e dota a fotografia de um cunho documental e referencial para entender toda uma época. A preocupação com a luz ideal, a perspectiva central para reduzir distorções e a quase ausência total de sombras nas edificações que, pode passar despercebido para os mais desatentos, corrobora a genialidade de Ferrez. As edificações foram apresentadas em pranchas individuais, com fundo removido e trabalhado, conferindo a imagem uma atmosfera teatral, de uma avenida ideal, sem vida e interferências.
.......Vinte anos após o início de seus registros, Marc Ferrez falece. Seu legado fotográfico é um dos mais importantes do mundo, inspirando e servindo de referência para estudiosos não só de fotografia, mas de arquitetura, urbanismo e antropologia. Aos setenta e nove anos, Ferrez não presenciou o declínio dos edifícios e a descaracterização da unidade arquitetônica, iniciada na década de 40.
.......Nos dias de hoje, a Avenida que já não é Central e sim Rio Branco, perdeu muitos de seus suntuosos edifícios e modernizou-se. Na busca de ser o grande centro financeiro do País, ícones como o Edifício do Hotel Avenida cedeu espaço para o primeiro arranha céu em estrutura metálica do centro do Rio: o Edifício Avenida Central, que leva o nome de sua época mais glamorosa.
.......O ensaio fotográfico Avenida Rio Branco – 14 de setembro de 2018 – 15 de novembro de 2019 procura revisitar o álbum Avenida Central: 8 de março de 1903-15 de novembro de 1906 e a Avenida Rio Branco buscando os fragmentos desse passado glorioso registrados por Ferrez e explorando o diálogo destes com as edificações, usos e ocupações contemporâneos.
.......A partir dessa ideia procuramos retratar essa avenida contemporânea, que atravessou um século e prestes a completar 115 anos de inauguração se mostra viva, pulsante e renovada. Servindo de artéria para a circulação e transbordo dos cariocas, a avenida que antes era dominada por pedestres, veículos de tração animal e automóveis atravessa o tempo e é palco do sistema de transporte mais moderno disponível no Brasil: o VLT.
.......Para contrapor e ao mesmo tempo articular um diálogo com o trabalho de Ferrez, a escolha da escala adotada e a forma contínua dos registros - sem respiro entre as edificações - criando um grande painel horizontal, busca inspiração em Edward Rusha2 e seu conhecido livro Every Building on Sunset Strip, publicado em 1966. Rusha cria um Leporello pequeno à primeira vista, mas que se desdobra em 7,50 m de imagens. Ruscha fotografou todos os prédios e terrenos da Sunset Strip, uma grande avenida de Los Angeles na California, à semelhança da proposta de Ferrez, mas com uma execução e resultado totalmente diferente. Com uma câmera acoplada à traseira de um caminhão, registrou o percurso, montando as imagens em um grande panorama seguindo a ordem numérica da rua. Pode ser visto de cima para baixo, ou ao contrário, apontando uma visão que se constrói pelo percurso de uma via.
....... Acredita-se que Rusha pode ter bebido na fonte do trabalho de Yoshikazu Suzuki de 1954, lançado no Japão intitulado Ginza Kaiwai , Ginza Haccho. Com todos os edifícios da Ginza Street em duas faixas fotográficas paralelas mostrando os dois lados da estrada. Não há nada que comprove que o livro atravessou o pacífico, mas a semelhança entre os dois livros é impressionante.
....... Assim como Ferrez contrapôs suas fotografias aos desenhos das fachadas das fachadas em seu álbum, atribuindo a sua fotografia um caráter documental que extrapolava o bidimensional das plantas arquitetônicas, este ensaio contrapõe as fotografias das edificações originais da Avenida Central de Ferrez – aqui tratados como fragmentos remanescentes da Belle Époque Carioca – com as imagens da Avenida Rio Branco de século XXI. Que com a passagem do tempo renovou-se, reinventou-se e verticalizou-se, e que fotografada nos dias atuais, busca referências em Edward Rusha, para o movimento, enquadramento e costura de imagens de forma contemporânea para retrata-la.
.......Como Boris Kossoy nos traz em seu livro Fotografia & História, a fotografia é um ”duplo testemunho: por aquilo que ela nos mostra da cena passada, irreversível, ali congelada fragmentariamente, e por aquilo que nos informa acerca de seu autor” (2001. p. 50).

....... (...) Toda fotografia é um resíduo do passado. Um artefato que contém em sí um fragmento determinado da realidade registrado fotograficamente. Se, por um lado, este artefato nos oferece indícios quanto aos elementos construtivos que lhe deram origem, por outro lado o registro visual nele contido reúne um inventário de espaço/ tempo retratado. O artefato fotográfico, através da matéria e da expressão, constitui uma fonte histórica. (Boris Kossoy)


.......A curiosidade de se ter um material que contasse a história do crescimento vertical e das transformações da Avenida Central e o desafio de produzi-lo foram os combustíveis para a realização do Ensaio. Nos valendo da obra do Marc Ferrez como elemento estruturante e da obra do Edward Rusha como inspiração contemporânea, o ensaio, busca o registro atual da primeira avenida arquitetonicamente planejada do Brasil.
.......Os registros da Avenida Rio Branco foram realizados com um celular na vertical, da calçada oposta ao objeto, tentando simular o campo visual do pedestre, buscando a escala humana da cidade para os pedestres, com o objetivo de captar a avenida ativa e em pleno funcionamento. Pedestres cruzando as ruas, indo e vindo, procurando, conversando, comprando, trabalhando, vivendo, flanando. Fluxo constante de veículos, engarrafamentos, vazios. Ambulantes, controladores de tráfego, lojistas, pessoas. Tudo está ali conforme o fluxo natural da avenida. Tudo transitório. Tudo permanente.
.......O ponto de vista e a forma escolhida para os registros coloca o observador imerso a tudo, e permite que seja visto, questionado e que também faça parte desse emaranhado de atores que dão vida à Avenida Rio Branco. Uma grande tira de 3,00m é o resultado dessa imersão com o cotidiano. Contrapondo-se ao contemporâneo, faz parte também desse ensaio o antigo: uma tira de mesmo tamanho em papel vegetal, descortina a Avenida Central de Marc Ferrez, com suas majestosas e planejadas edificações, e possibilita a comparação por sobreposição das duas avenidas: A Avenida Central de Marc Ferrez com a Avenida Rio Branco de Leonardo Martins.
.......O que se vê ao percorrer as avenidas sobrepostas é um confronto de épocas, escala e arquitetura. O crescimento advindo da modernidade poupou poucas edificações. A experiência de circular pela avenida mudou drasticamente, a verticalização facilitada pelos novos métodos construtivos arrasou quarteirões inteiros e afastou quase que totalmente o sol das calçadas.
.......Ao contrário de seu momento inicial, onde orgulhosamente foi apresentada ao mundo em um álbum de fotografias, a avenida que passou por diversas transformações, não só no nome, mas sob a forma de intervenções profundas e estruturais, e não teve uma documentação à altura de suas mudanças e de seu registro prévio. Afastando-se de críticas quanto ao gosto e a qualidade das intervenções, é claro que a avenida ainda um ícone viário de importância ímpar para o Estado do Rio de Janeiro. Suas novas edificações, seus novos usos, novos meios de transporte e relação entre usuários são transformações impensadas para a época de sua abertura e registro. Seu novo bulevar pedonal que convida aos pedestres a caminhar entre a Avenida Nilo Peçanha e a Avenida Beira Mar, seria inimaginável em um tempo onde as cidades eram pensadas para facilitar os deslocamentos automotivos.
.......Todos esses elementos são objetos do olhar que produz o ensaio. Um documento visual de um recorte temporal. Comparativo e referencial sobre a intervenção humana ao longo dos anos em uma avenida planejada.

EXPOSIÇÕES/ PUBLICAÇÕES

MATERIAIS DISPONÍVEIS


2023 - 14º FIFV
VISIONADO DE PROYECTOS
informações:
fifv.cl/visionado_de_proyectos
informações:
instagram.com/casaespacio_fifv

2023 - 14º FIFV
RONDA DE PUBLICACIONES
informações:
fifv.cl/ronda_de_publicaciones
informações:
instagram.com/casaespacio_fifv

2023 - NUPPI - UFMA
MEMÓRIA E IMPERMANÊNCIA
informações:
instagram.com/projecao_nuppi
informações:
simposioartemidia.ufma.br/index.php/nuppi/

2023 - PEF 2023
ENSAIO PRÉ SELECIONADO
informações:
avenida-central-rio-branco

2021 - CAMPO EXPERIMENTAL DA IMAGEM
LEITURA DE PROJETOS FOTOGRÁFICOS
vídeo do evento:
vimeo.com/551690408 ver no youtube
informações do evento:
instagram.com/campo

2021 - O RIO BEM NA FOTO
RODAS DE CONVERSA - CELULAR NA FOTO
vídeo do evento:
youtube.com/celular_na_foto ver no youtube
informações do evento:
luztropical.com/o-rio-bem-na-foto

2020 - PRÊMIO FOTORIO 2020
PRÊMIO FOTOCELULAR - LEITURAS DE PORTFÓLIO 2020
vídeo da premiação:
youtube.com/fotorio ver no youtube
info:
fotorio.fot.br/leitura-de-portfolio

2020 - MOSTRA DE PORTFÓLIOS
10° FESTIVAL DE FOTOGRAFIA DE TIRADENTES 2020
apresentação:
youtube.com/mostra ver no youtube
informações do evento:
fotoempauta.com.br/mostra



HISTÓRICO

ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO


O ensaio fotográfico foi inicialmente desenvolvido como Trabalho de conclusão de curso da Pós Graduação em Fotografia e Imagem do IUPERJ-UCAM (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro - Universidade Cândido Mendes.
É orientado e acompanhado de perto pelo Professor Dr. Joaquim Marçal Ferreira de Andrade.
Segue em desenvolvimento e atualmente está em estudo de novo formato para viabilização de publicação.

Versão 01:
vídeo lado ímpar:
youtube.com/lado_impar ver no youtube
vídeo lado par:
youtube.com/lado_par ver no youtube

Versão 02:
vídeo caderno ferrez:
youtube.com/ferrez ver no youtube
vídeo caderno leonardo:
youtube.com/leonardo ver no youtube